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Zózimo Barroso do Amaral e Fred Sutter (crédito: Joëlle Rouchou) |
E o Zózimo, hem? Ele inventou um tipo de colunismo que misturava tudo, o social, o político, a cidade, a bobagem, e escrevia tudo isso com tanto charme e bom humor que a maldição pegou. Os colunistas continuam tentando emular aquele carioca elegante, de bons colégios,mas que podia tomar todas na Sapucaí e sair carregado nos ombros pelo Elio Gaspari, que não estava em melhores condições. Zózimo podia nem ter grandes notas para a edição de amanhã, mas essas eram as melhores colunas, porque resolvia no texto e provocava no leitor aquele riso inteligente no café da manhã. Criava delícias do nada. Ralava, como todos os que o seguiram no ofício. Num dia especialmente ruim de notas, com uma fonte silenciosa do outro lado do telefone, ele bateu na mesa e fez o desafio, a fé comum que diariamente move todos os que precisam, tenham ou não notícias, encher uma coluna: “Em branco, não sai”, gritava para a fonte murmurante,“em branco, não sai.”
(Joaquim Ferreira dos Santos)
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